Kevin Vanhoozer e a Vocação do Teólogo
Assim como Tomás de Aquino, João Calvino, Karl Barth, e outros, Vanhoozer entende que a teologia é uma tarefa da Igreja e para a Igreja, e o teólogo busca serví-la. Em linhas breves, Vanhoozer afirma que o papel do teólogo é “formar bons cidadãos do evangelho.” Com o intuito de alcançar tal objetivo, Vanhoozer descreve a vocação do teólogo com o auxílio de quatro imagens. Abaixo segue um breve resumo de cada uma delas baseado na Live: Entre Amigos organizada pelo Zé Bruno.
1. O Teólogo como Ministro do Entendimento
O teólogo ministra o “entendimento de Deus, do mundo, e do nós mesmos, ao ajudar as pessoas a compreenderem a palavra de Deus.” Segundo Vanhoozer, “quando cristãos alcançam um entendimento de sua fé, eles compreendem quem são, o que devem dizer e fazer para seguir a Jesus.”
2. O Teólogo como Promotor de uma Igreja Letrada
O teólogo ajuda a Igreja a ser letrada em quatro frontes para que ela possa representar o valores do evangelho através de cidadãos do Reino de Deus. O teólogo ajuda a promover cristãos letrados:
A. Culturalmente: A cultural é um meio poderoso de formação espiritual. Portanto, o teólogo ajuda à Igreja a interpretar a cultura e compreender o poder formativo que ela exerce sobre nós.
B. Biblicamente: O teólogo ajuda a Igreja a ser letrada na narrativa Bíblica: o que Deus fez em Jesus Cristo através do Espírito Santo em favor da raça humana e da criação.
C. Teológicamente: O teólogo ajuda a Igreja a ser letrada nas doutrinas cristãs.
D. Eclesiológicamente: O teólogo ajuda a Igreja a ser letrada em como operar enquanto embaixadora do Reino de Deus.
3. O Teólogo como Consciência da Igreja
De forma reminiscente ao início da dogmática de Karl Barth, Vanhoozer afirma que o teólogo ajuda a Igreja a julgar se o testemunho e conduta da Igreja enquanto nação santa condiz com a palavra de Deus.
4. O Teólogo como Testemunha num Embate de Sabedorias
Vanhoozer observa que há um embate feroz pela coração e mente das pessoas. Partidos políticos, empresas, o diabo, e outros poderes e autoridades buscam exercer influência e controle sobre nossas mentes e corações. Esse embate gera o que Vanhoozer chama de o drama do discipulado: “à quem e ao que os nossos corações estão sintonizados.” Assim, o teólogo é chamado a ser testemunha do caminho e da luz de Cristo neste ambiente altamente constestado.
Sobre o Autor
Ruan Bessa é membro da Igreja de Grace Hill (PCA) e cursa o doutorado pelo Calvin Theological Seminary em Grand Rapids, Michigan.