Resumo: Ressureição e Ordem Moral de Oliver O’Donovan.

Ruan Bessa
14 min readAug 14, 2021

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Prólogo

Oliver O’Donovan (1945-) é um teólogo anglicano britânico conhecido por seu trabalho no campo da ética e contribuições em teologia política (histórica e contemporânea).

O’Donovan lecionou no Wycliffe Hall, Oxford (1972–1977), no Wycliffe College, Toronto (1977–1982), na Universidade de Oxford (1982–2006) e na Universidade de Edinburgh (2006–2013). O’Donovan é um ávido interprete das escrituras, profundo conhecedor da tradição cristã, e da história do pensamento ocidental.

Seu livro Ressurreição e Ordem Moral (ROM) é uma contribuição crucial para ética evangélica e este texto é um breve resumo da obra. O livro é divido em três partes: a realidade objetiva, a realidade subjetiva, e a contorno da vida moral. Elas são precedidas por um capítulo introdutório no qual O’Donovan apresenta o contexto, argumento central, e tema dos capítulos.

Introdução

ROM é um esboço para uma ética evangélica. Assim, o livro não aborda os temas da teologia moral (ex. família, eutanásia, sexualidade, etc.) antes esboça os princípios teológicos à partir dos quais uma ética cristã deve operar. O’Donovan apresenta e amarra os conceitos morais básicos (ex. ordem moral, autoridade moral, campo moral, etc.) de forma arquitetônica e sistemática. Ainda sim, o leitor não se desaponta com as aplicações que O’Donovan faz no decorrer do livro.

Em seu contexto histórico, ROM buscava superar um impasse na ética teológica. No fim da década de 80 eticistas cristãos concordavam que a Bíblia era central para reflexão ética, o impasse era se ela deveria ser articulada primariamente como uma ética da criação ou uma ética reino. Por exemplo, enquanto John Finnis buscava re-articular a tradição da lei natural (ética da criação), Stanley Hauerwas articulava a ética com base nas realidades escatológicas disponíveis nas práticas da Igreja (ética do reino). O debate entre essas duas alternativas ocupava a agenda quando ROM foi publicado.

Neste contexto, O’Donovan propõem a ressurreição como base da ética evangélica. O’Donovan aponta que a ressureição de Jesus Cristo dos mortos é a afirmação cabal e a restauração da ordem criada, e a promessa de sua realização escatológica no reino. Assim, uma ética do reino em oposição à criação “não poderia de forma alguma estar interessada no mesmo reino escatológico que o Novo Testamento proclama.” (15) Tal ética seria dualista criando uma oposição entre a criação e a redenção de forma que o movimento da história da salvação não seria o cumprimento e transformação da criação, mas sua negação. Isso é gnosticismo e não cristianismo. Por outro lado, uma ética da criação em oposição ao reino “não poderia ser uma ética evangélica,” (15) pois ela é incapaz de perceber que as boas novas de Deus em Cristo Jesus são justamente a respeito da realização plena da criação no reino de Cristo.

O’Donovan sintetiza sua posição em três princípios básicos. (1) Realista: uma ação intencional é determinada pela verdade acerca do mundo no qual agimos; (2) Evangélico: esta verdade é constituída pelo que Deus fez em favor do seu mundo e da raça humana em Jesus Cristo; (3) O ato de Deus que alforria a nossa ação é focado na ressureição de Jesus dentre os mortos, que restaurou e cumpriu a inteligibilidade da ordem criada.

Parte 1: A Realidade Objetiva

Na ressureição de Jesus, Deus declara um “não” a escolha de Adão pelo o pecado e a morte, e a futilidade à qual seu ato submeteu a criação. Deus também declara um “sim” definitivo a vida como destino final da humanidade. A ressureição de Jesus é, portanto, o ato cabal no qual Deus vindica a ordem criada, restaura a posição da humanidade dentro dela, e promete sua transfiguração escatológica. À partir da ressureição como elo entre a criação e a escatologia, O’Donovan vai em ambas às direções.

Criação

A ordem criada apresenta duas direções fundamentais discernidas na experiência cotidiana: tipos (ordem genérica) e fins (ordem teleológica). Exemplo, a banana possui uma relação genérica com a laranja, ambas são do tipo fruta. Mas ela também possui uma relação teleológica com o macaco, serve-o de alimento. Um mundo de particulares, sem ordem genérica ou teleológica, não seria um universo.

Entretanto, a ordem que discernimos é real ou não? Levando a sério a doutrina da criação, O’Donovan afirma que ela é real, rejeitando duas alternativas: de que a ordem seja uma imposição da vontade (voluntarismo) ou da razão humana (racionalismo) à realidade. Em resumo, na criação Deus estabelece uma ordem moral real, objetiva e trans-histórica (realismo moral).

O’Donovan observa, porém, que a ordem moral não é transparente ao ser humano. Levando a doutrina do pecado a sério, O’Donovan afirma que somente em Jesus Cristo a ordem pode ser devidamente conhecida e respondida. Isto não significa que o não-cristão não apreenda nada dela, antes que o conhecimento é obscuro, parcial, e qualificado por rebeldia e recusa da ordem moral. Por outro lado, o cristão está do lado de cá da ressureição, logo ele também falha em discernir e responder apropriadamente a ordem moral, é capaz de se rebelar contra ela e recusá-la. Logo, não há espaço para um triunfalismo cristão.

Escatologia

A ressureição não apenas vindica a ordem criada, ela também inaugura e promete sua transformação escatológica. A redenção transcende a criação sem negá-la (continuidade e discontinuidade). Se a ressureição restaura a ordem criada, não há espaço para uma atitude de escape do mundo (e.g gnosticismo), ou que negue a integridade dos fins naturais (e.g historicismo). Se a ressureição transforma a criação, também não há espaço uma atitude que negue a novidade num tipo de fundamentalismo reacionário.

O’Donovan investe principalmente na crítica ao historicismo cujo teses centrais são: (a) toda teleologia é histórica (não há fins naturais) e (b) o sentido da história é imanente a ela.

(a): Qualquer fim natural existe simplesmente como parte do processo histórico, e para ser ultrapassado nele. Exemplo, a procriação como um fim natural do matrimônio não é mas intrínseco ao conceito de casamento. O natural e o seu sentido se tornam principalmente presas da manipulação tecnológica humana. O historicismo é predatório. (b) Se a história declara o seu próprio sentido e significado, a obra de Cristo é dispensável ou, na melhor das hipóteses, apenas representa o florescimento final de tendências já imanentes na história.

Em contraste, a visão cristã da história é escatológica. Primeiro, Somente Cristo pode abrir os selos e desvelar o sentido da história (Solus Christus). Segundo, a obra de Deus em Cristo não tem como finalidade simplesmente uma versão melhor do mundo. Sem negar a criação, a redenção de fato conduz o mundo a um destino que não é presente de maneira imanente e naturalmente nele (Sola Gratia).

Antes de prosseguir , O’Donovan discute a epistemologia moral. O’Donovan define a moralidade como a “a participação do ser humano na ordem criada.” (76). Tal depende do conhecimento da ordem das coisas. Este conhecimento possui as seguinte características: (1) é um conhecimento das coisas em suas relações com a totalidade das coisas. O que os antigos chamavam de metafísica; (2) é um conhecimento existencial e, portanto, involve o agente integralmente; (3) é um conhecimento à partir da posição do ser humano no universo, isto é, domínio. A Adão é dada a tarefa de nomear as coisas: dar atenção, interpretar, e responder a realidade com a qual ele se depara; (4) por fim, é conhecimento ignorante do fim da história. Esta prerrogativa pertence a Deus.

Parte 2: A Realidade Subjetiva

Na segunda parte O’Donovan descreve a participação do agente moral na redenção que Deus realiza em favor da criação e da raça humana em Jesus Cristo. A doutrina do Espírito Santo é essencial aqui. O Espírito é quem torna a obra realizado por Deus em Cristo — objetiva do nosso ponto de vista — subjetiva no agente e na comunidade moral.

O’Donovan nota que a obra do Espírito Santo é uma só, mas têm dois lados respondendo a duas questões: (1) A realidade da ressureição é passada. A realidade da restauração final é futura. Como nos deparamos com essa realidade escatológica? O Espírito Santo torna a realidade da ordem restaurada e transformada em Cristo presente e autoritativa ao agente moral; (2) O ser humano é incapaz de se submeter a Deus por si mesmo. Como nos deparamos com essa realiadde escatolológica como boa nova? O Espírito Santo capacita e evoca a resposta não-coerciva do agente moral à ordem criada, isto é, a liberdade.

Logo, autoridade e liberdade são correlatas, e a inteligibilidade de ambas está ancorada na realidade ancorada na ressureição de Cristo. O contraste com a cultural atual na qual autoridade é uma ameaça à liberdade não poderia ser maior.

Autoridade

O’Donovan define autoridade como “algo que, em virtude de sua natureza, constitui uma base imediata e suficiente para ação.” (122). Exemplo, quando o semáforo abre, eu simplesmente acelero o carro e me vou. A ‘autoridade’ das regras de trânsito, representada no semáforo, é suficiente para evocar a minha ação.

O’Donovan distingui vários tipos de autoridades: a natural (que inclui a beleza, comunidade, idade, força), a autoridade moral ou da verdade, a política, a autoridade divina, e a autoridade de Cristo. É impossível entrar em todos os detalhes e argumentos aqui. Por ora, é importante salientar que a autoridade natural é imediata, e condicional, isto é, podemos responder de forma acrítica ou crítica. Quando examinamos criticamente (consciência moral) no referimos à autoridade moral. Esta é mediada, nos deparamos com ela por meio de uma certa situação, pessoa, ou objeto, e através dela formamos reflexões críticas, e ela dis respeito “a ordem das coisas enquanto uma totalidade.” (125)

Por fim, toda autoridade procede de Deus. O pecado qualifica a relação do ser humano com cada uma delas. Por fim, toda autoridade foi submetida a Cristo. Por ora, as autoridades podem se rebelar ou submeter, entretanto, no retorno Cristo, haverá a submissão e a redenção dos diversos tipos de autoridade.

Liberdade

A liberdade cristã possui três elementos: (1) a remoção das barreiras psicológicas — na tradição clássica, a escravidão da vontade — que nos impedem de responder aos desafios das obras de Deus; (2) a participação na autoridade de Cristo dentro da ordem criada, autoridade em virtude da qual não agimos mais como escravos, mas filhos. Isto significa que fazemos o que antes não conseguimos (obedecer a lei moral), mas também fazemos aquilo que não nos era permitido anteriormente (responder de maneira criativa a ordem moral). Por fim, (3) o Espírito molda e manifesta o padrão de resposta em liberdade a realidade objetiva: o amor.

O’Donovan investe o último capítulo para discutir a liberdade do cristão e da Igreja. Entretanto, o princípios para se discutir liberdade política, e outros tipos estão presentes ali.

Parte 3: A Forma da Vida Moral

Na última terceira parte, portanto, O’Donovan descreve a forma da vida moral. Esta inclui tanto as ações humanas quanto o caráter do agente moral. O amor é o princípio que confere ordem unificadora tanto ao campo de ação moral quanto ao caráter do agente moral. O amor é tanto o cumprimento da lei moral (ação) tanto quanto a forma das virtudes (caráter).

O Campo de Ação Moral: A Problema da Existência Histórica

As ações humanas se estendem no tempo e possuem diversos fins. No campo de ação moral nos deparamos constantemente com o novo. Pense no advento da internet e os dilemas acarretados. Assim, o problema da novidade é a questão central da existência histórica. A novidade se apresenta de forma fragmentada e carece de interpretação, e ameaça desintegrar o agente moral num sequência de atos e papéis isolados. Como encarrar a novidade?

O’Donovan rejeita duas abordagens: o conservadorismo e o consequencialismo. O conservadorismo porque o conhecimento do passado não pode simplesmente nos dizer com o que nos deparamos agora e, logo, quais precedentes passados são relevantes nesta nova situação. O consequencialismo porque tenta domar o futuro por antecipação. Ela rouba o pavor da existência histórica ao tratá-la como um artefato humano, calculando os perigos que uma nova situação. Exemplo, o utilitarismo de John Stuart Mill (1806–1873).

Em contra-ponto, O’Donovan defende que “nada irá delimitar o futuro a não ser que o futuro, com toda sua imprevisibilidade, já esteja delimitado como sendo o futuro de mundo de Deus, a história da sua ordem criada” (188). Assim, o que nos permite encarrar o futuro com confiança e a novo na história é a compreensão derivada da ordem objetiva do mundo. O que as Escrituras chamam de sabedoria: a percepção de que o novo, ao seu próprio jeito, manifesta a estabilidade e permanência da ordem criada.

Em resumo, o campo de ação moral é um campo de ação ordenado. A pluralidade de situações e eventos é vista como uma pluriformidade da ordem criada, a lei moral reflete está ordem, na qual toda mudança ocorre. A lei moral ordena o campo de ação ao traçar as relações genéricas entre a nova situação e as anteriores.

O Sujeito Moral

A forma da vida moral também se refe ao caráter do agente. Afinal, atos não são plausíveis sem um caráter que os sustentem. O’Donovan propõem duas estipulações: (1) O caráter do agente não pode ser redutível as suas ações: se ações desvelam o caráter de alguém, necessariamente há uma diferença entre caráter e ação; porém há uma (2) prioridade epistemológica dos atos em relação ao caráter: somente as ações desvelam os caráter do agente. Como Agostinho, O’Donovan sinaliza que só Deus tem o veredito final sobre a nossa vida, sem perder de vista necessidade e o papel dos julgamentos provisórios que fazemos sobre nós e os outros.

Porém, como explicar a diversidade de caráter e afirmar a unidade e pluralidade das virtudes? Segundo, Platão quem possui uma virtude possui todas. Entretanto, a cotidiano refuta essa tese. Seguindo Agostinho, O’Donovan defende que o amor é o princípio que confere unidade as virtudes e que a variedade no campo moral é suficiente para explicar a diversidade moral. Não apenas a diversidade de vocações mas o porquê certas virtudes são acentuadas nas pessoas.

Por fim, O’Donovan defende que uma ética do caráter tem um papel avaliativo, mas não deliberativo na vida moral. A ética do caráter tem três funções: (1) Pedagógica: avaliação de caráter — nosso e dos outros — é o melhor instrumento que temos para apreender o que significa uma pessoa ser salva ou se perder; (2) Arrependimento: a nossa história desvela o tipo de pessoas que nos tornamos. Reflexão sobre o caráter é crucial para o arrependimento, nos fazendo sentir — apesar de não necessariamente — a necessidade de salvação; Por fim, (3) O Caráter Provisório dos Julgamentos : a avaliação de caráter nos lembra que nossos julgamentos — sobre nós e os outros — são provisórios. Se Deus não acabou sua obra em mim, ele também não acabou no meu próximo. Antes do final, há tempo e espaço para graça, arrependimento, e transformação.

O Duplo Aspecto da Vida Moral

Em seguida, O’Donovan discute a relação entre o amor a Deus e ao próximo, isto é, o duplo aspecto da vida moral. O’Donovan rejeita dois modelos: conflito e meios/fins.

No primeiro, a relação entre amor a Deus e ao próximo é um conflito cujo agente moral deve arbitrar. Na história do pensamento cristão isto se mostra no conflito entre vida contemplativa e a ativa, mais atualmente, entre adoração e atos de justiça. O’Donovan levanta duas objeções a este modelo: (1) a demanda que Deus faz sobre nós é absoluta. Ela não está em pé de igualdade com outras demandas, mesmo as do próximo. Se ela abarca a totalidade da vida, não é possível criar um espaço sagrado e um secular no qual Deus ocupa apenas o primeiro; (2) o modelo ofusca o fato de que o bem do próximo só pode ser realizado quando Deus é o objeto de seu amor, e plenamente realizado quando Deus é o objeto de amor de todos. Isto é, ele nos impede de ir opor o interesse do próximo para o seu próprio bem.

No segundo modelo, amamos o próximo como um meio para um fim. Exemplo, convidamos o bairro para o sopão da Igreja como um isca para pregar o evangelho. Em objeção, O’Donovan observa que “meios e fins” dizem respeito aos projetos deliberação prática. Estes variam de agente para agente. Não podemos amar alguém como meio ou fim dos nosso projetos pessoais. O nome disso é manipulação.

O’Donovan propõem o que chamarei de modelo da realidade. O’Donovan argumenta que não é parte de meu projeto pessoal o próximo ser ordenado para Deus. Eu não imponho ao próximo ele ser criado para glorificar a Deus, antes reconheço como intrínseco a sua realidade. Logo, a sua natureza demanda que eu o ame como uma criatura destinada a glorificar a Deus. O amor é determinado pela realidade do objeto, não por nós.

Em resumo, a relação entre amor a Deus e ao próximo não é nem uma questão de um amor cancelar o outro, nem de um amor ser subjugado ao outro num projeto do sujeito que ama. A ordem do amor é derivada da ordem e inteligibilidade da relação dos dois objetos, e pressupõem que o amor é interpenetrado e configurado pela realidade exposta ao entendimento. Um Deus demanda de nós um só amor — a Deus e ao próximo. Ao buscarmos entender a demanda de forma unificada ela nos mostra que nossa resposta, como um nascente que bifurca, deve ter dois lados.

Por fim, é amando a Cristo que melhor compreendemos esta demanda, pois em Cristo, amamos aquele em quem Deus se fez nosso próximo!

A Fim da Vida Moral: Fé, Esperança, e Amor

O’Donovan conclui discutindo os fins da vida moral. O’Donovan nota que as diversas tarefas da Igreja podem ser abstraídas da totalidade da vida da Igreja e serem discutidas em termos de seu valor imanente. Se Jesus Cristo não voltar a arte e a educação cristã, para citar dois exemples, ainda têm valor em si. Entretanto, a fé, a esperança, e o amor dependem completamente do retorno de Cristo para sua inteligibilidade e vindicação final. A fé se torna visão, a esperança se concretiza, e o amor é coroado. É preciso abordar o amor, portanto, do ponto de vista da escatologia e como fé e a esperança qualificam o amor de maneiras diferentes.

Segundo O’Donovan, a esperança parte do caráter ambíguo e problemático do presente. Através da esperança, o amor se volta alegremente ao julgamento de Deus que aperfeiçoa as imperfeições do nosso amor presente, prometendo realizá-lo plenamente. A fé parte da certeza do julgamento final em Cristo no futuro, antecipado no passado em Cristo. Assim, pela fé, o amor se volve do julgamento final, com sua afirmação da vida e amor humano em Jesus, para o presente como o palco da nossa ação. A fé opera através do amor. (Gál. 5:6)

Considerações Finais

ROM é um livro denso. O’Donovan discute com pensadores e escolas de várias eras. O’Donovan procede fazendo exegese de vários textos. Sem dúvidas, quem leu a obra sabe que deixei vários temas e argumentos de lado. Entretanto, o texto dá pelo menos uma panorama geral.

Por fim, em O’Donovan é notável que a vida moral (sobre qual ética teológica reflete) é a resposta de louvor humana a Deus pelas suas obras na criação e na redenção (sobre qual a dogmática reflete). A dogmática e a ética percorrem caminhos distintos, entretanto são complementares. A ética responde a dogmática e a dogmática se alimenta da ética. A doutrina da criação, pecado, soteriologia, escatologia tem um papel importante na articulação de uma ética evangélica que se fundamenta na ressureição de Jesus Cristo dentre os mortos. Sem dúvidas uma das grandes contribuições de O’Donovan é nos mostrar como enxergar e elaborar isso.

Sobre o Autor

Ruan Bessa é membro da Igreja de Grace Hill (PCA) e cursa o doutorado pelo Calvin Theological Seminary em Grand Rapids, Michigan.

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Ruan Bessa

“Fim? Não, a jornada não acaba aqui… A cortina cinza deste mundo se enrola e tudo se transforma em vidro prata. E aí você vê…” Gandalf